Em tempos em que o sexo entre jovens é tratado com naturalidade, meninas optam por manter a virgindade até o casamento.
Pode parecer antiquado, mas estamos em 2011 e ainda existem garotas esperando por um príncipe encantado no cavalo branco – ou um vampiro alto e lindo com sotaque britânico. Em tempos em que o sexo é retratado com naturalidade nas músicas, ou insinuado no horário nobre da TV, algumas meninas preferem manter a tradição da virgindade até o dia do casamento.
Para elas, nada de ficadas ocasionais mais quentes em baladas. Essas adolescentes têm convicção do que querem e não medem esforços para dizer não a rapazes mais saidinhos.
Perder a virgindade com o marido tem a ver com iniciar a vida sexual somente com alguém verdadeiramente especial e confiável. E, para as meninas, só casando é possível ter certeza de que o rapaz escolhido é a pessoa certa. "Adolescentes são muito impulsivos. Posso pensar que gosto do cara, mas não gostar", diz M.B., de 15 anos, que diz que o melhor é não ficar a sós com um menino para evitar que qualquer coisa aconteça.
Afinal, o que é virgindade?
Para Giuliana e M.B., o máximo que é permitido antes do casamento é dar uns beijinhos, mas nada de muita empolgação ou mãozinhas animadas. Mas o conceito de virgindade, hoje, é muito mais flexível do que era nos tempos das nossas avós. Se antes, qualquer coisa além de umas bitocas já era considerado uma indecência e não era algo que pudesse ser feito por moça direita, hoje em dia a virgindade pode começar na mão boba ou se resumir às vias de fato.
A estudante Renata, de 16 anos, decidiu aos 13 anos que se manteria virgem até casar. Evangélica e fã dos Jonas Brothers, ela diz que tanto a religião quando o anel da pureza propagado pelos irmãos tempos atrás influenciaram na decisão, mas que a conclusão foi dela. "Eu pensei, questionei e resolvi que é melhor me guardar para uma pessoa especial", afirma.
Quando está com um garoto, Renata deixa clara a opção que fez, independentemente da opinião alheia. "Já namorei, e o menino sempre falava 'nossa, mas você faz isso só porque a banda falou, só porque a igreja defende'. Ele sempre ficou contra minha escolha", comenta.
Mesmo assim, a jovem de 16 anos não é tão rígida quando o assunto é sexo. "A perda da virgindade é a hora H, mesmo. Sexo oral, para mim, não conta como sexo", explica.
Na religião de Renata, após um ou dois anos de namoro, os pais pressionam os filhos para que se casem, e por isso, ela tem muitas amigas que casaram virgens. Apoio não falta. Além disso, a mãe da estudante é bem rígida quando o assunto é garotos. "Minha mãe me pressiona para eu não engravidar", diz. Ela conta que, por isso, de uns tempos para cá começou a sair com garotas. "Minha mãe me proíbe tanto de andar com meninos que eu fico com meninas", conta.
Para a psicóloga Carla Calderoni, da Universidade Anhembi Morumbi, as meninas que optam pela virgindade até o casamento são minoria. "Parece que esse movimento está um pouco isolado. Hoje, vemos uma sexualidade até desenfreada, as jovens têm diversos parceiros e têm relações sexuais com uma frequência muito alta", explica.
Mas não é por isso que a questão deve ser ignorada. "Talvez seja um movimento da sociedade querendo partir para o outro pólo, resgatar seu lado mais conservador", afirma.
De acordo com a profissional, as adolescentes que aguardam a chegada de alguém especial têm um perfil idealista. "Embora isso vá contra as estatísticas, não se pode descartar a possibilidade de um amor ideal dar certo", diz. "Do ponto de vista do mundo em que vivemos, a escolha parece restritiva, mas não se pode dizer que estão fazendo algo errado", afirma Carla. "Essas meninas escolheram muito cedo e não querem experimentar [o sexo], mas por outro lado, elas podem estar escolhendo um relacionamento muito melhor", explica.
Fonte: Igirl
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